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Nota da DORG do PCP sobre as Jornadas dos deputados do PCP no Parlamento Europeu no distrito da Guarda

De 25 a 27 de Outubro decorreram as jornadas dos deputados do Parlamento Europeu no distrito da Guarda. As jornadas privilegiaram o contacto directo com trabalhadores e populações, com os pequenos e médios produtores e empresas, com utentes de saúde e de outros serviços públicos.
Os contactos foram confirmando as preocupações e propostas do PCP:

Na MB2 - Manufacture, assim como na Ara Shoes, assinalaram-se os baixos salários, marcados pelo Salário Mínimo Nacional, e as dificuldades que sentem para fazer chegar o salário até ao fim do mês. À porta das empresas Lusolã , em Seia, ou da Mey Têxtil, em Celorico, o valor do subsídio de alimentação (2,50€) é motivo de indignação dos trabalhadores.  Na empresa COFICAB, na Guarda, apesar de os salários serem ligeiramente acima do salário mínimo, não deixam de ser curtos face ao aumento do custo de vida. À porta da empresa Sodecia, na Guarda, como do Centro de Contacto da EDP, em Seia, os trabalhadores deram conta de como os contratos temporários alimentam a dúvida e a incerteza quanto aos dias futuros, reforçando a necessidade de converter postos permanentes de trabalho em contratos de trabalho permanentes. Nos estaleiros das Câmaras Municipais da Guarda e de Gouveia, principal questão prende-se com o SIADAP e a pressão negativa que tem na valorização dos salários e das carreiras, colocam a necessidade da revogação desse mecanismo.

Nos centros comerciais e grandes superfícies, perante a pergunta: “e fechar aos domingos?” os trabalhadores invariavelmente exclamavam “isso é que era!”. À porta, com os clientes, foi possível abordar como os lucros, por conta dos aproveitamentos e da especulação, contribuem para o esbulho à população e afirmar que é preciso tributar significativamente os lucros dos grandes grupos económicos.

Em contactos com pequenos comerciantes em Celorico da Beira, na Guarda ou no Sabugal, a necessidade de aumentar salários e pensões de forma a  recuperar o poder de compra foi identificada como fundamental para poder revitalizar o pequeno comércio.
Nos mercados da Guarda, de Seia ou do Sabugal as conversas invariavelmente abordavam a necessidade de valorizar os apoios aos pequenos e médios produtores, valorizar os preços pagos à produção, tomar medidas concretas para valorizar os mercados e feiras, face à proliferação desenfreada de grandes superfícies comerciais.

Em Malta, Pinhel, Sandra Pereira, deputada do PCP no Parlamento Europeu, encontrou-se com agricultores que falaram das dificuldades que enfrentam. O custo elevado dos factores de produção, o esmagamento dos preços pela grande distribuição, os seguros caros com pouca cobertura e a falta de apoios foram alguns dos problemas relatados.

Em Foz Côa, João Pimenta Lopes, ouviu os produtores da Adega Cooperativa de Freixo Numão sobre a necessidade de reconstituição da Casa do Douro para garantir o escoamento da produção, assim como a necessidade de apoios aos pequenos produtores, que deviam ser pagos à produção e não por hectare.

À porta do Hospital Sousa Martins ou do Centro de Saúde do Sabugal foi possível encontrar exemplos da urgência em mobilizar recursos para pôr termo ao desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde, para valorizar os profissionais de saúde, as carreiras, aumentar salários. Há que garantir uma resposta adequada às necessidades das populações sem as empurrar para o negócio da doença que leva 40% do orçamento de estado para a saúde direitinho para os bolsos dos privados.

Em contacto com jovens foi possível reafirmar que, com outra política, é possível responder às dificuldades de alojamento dos estudantes do IPG, cada vez mais caro, ao valor das propinas, a insuficiente acção social escolar, assim como reafirmar junto dos utentes da linha da Beira Alta, que têm visto o processo de requalificação arrastar-se, é possível mobilizar recursos para dinamizar as imensas potencialidades de desenvolvimento do distrito, contrariando as consequências de uma interioridade que lhe querem impor.

Durante as jornadas os deputados e os militantes do PCP afirmaram, com toda a confiança, que não são inevitáveis as políticas que têm relegado o país e a região ao empobrecimento, que empurram os beirões para fora da sua terra, que generalizam os salários e pensões de miséria, que encerram respostas de proximidade na saúde, que encerram escolas, que degradam vias de comunicação agravadas por transportes públicos que não servem as necessidades de deslocação das populações e que impondo o transporte individual as penaliza com portagens, as crescentes dificuldades aos pequenos empresários e comerciantes, a falta de apoio e baixo rendimento dos pequenos produtores.

A Direcção da Organização Regional da Guarda do PCP

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