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XXICongresso Cesaldina

Intervenção no XXI Congresso do PCP sobre o trabalho na Organização regional da Guarda, por Cesaldina Robalo.

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Camaradas,

A extensão e gravidade dos problemas que o Distrito da Guarda e o País enfrentam exigem, a par de respostas e soluções para problemas imediatos, a adopção de uma política que rompa com a política de direita.

O problema do País e do Interior tem sido a política de direita!

É necessária outra política que tome nas nossas mãos os destinos das nossas vidas e avance com investimento público e produção nacional, apoio à agricultura familiar e aos MPME.

Entre Janeiro e Julho de 2020 inscreveram-se 4215 novos desempregados nos centros de emprego do distrito. Número que não reflete toda a dimensão do problema. Só valorizando quem trabalha, valorizando as funções sociais do Estado e os serviços públicos poderemos combater as assimetrias sociais e regionais.

Os sucessivos Governos PS, PSD e CDS sempre encheram páginas com juras ao interior, enquanto prosseguiram com o encerramento de escolas, serviços de saúde, estações dos CTT, agências bancárias, etc, e não avançaram com um processo sério de descentralização, inseparável da criação das regiões administrativas.

Camaradas,

Os comunistas da Guarda, enfrentando dificuldades, intervieram junto das populações e dos trabalhadores do distrito para contrariar os efeitos da política de direita.

Os encerramentos no tradicional sector têxtil continuaram. Recentemente lá estiveram os comunistas ao lado dos trabalhadores da Serralã e da Confama em Famalicão de Serra, na luta pelos seus postos de trabalho. Também na empresa Dura do sector automóvel quando anunciou o fim de linhas de produção, que implicou um despedimentos de trabalhadores.

Lá esteve o PCP na luta pela valorização da da agricultura familiar, da capacidade produtiva e dos produtos locais, nomeadamente o Queijo da Serra, a castanha, os enchidos e os vinhos do Douro.

Lá esteve o PCP na exigência de meios e medidas de proteção, nomeadamente do ambiente e do património, denunciando que a política de apoio às artes foi substituída por uma política de organização de eventos e que na política do património, tudo é subordinado aos interesses económicos, quando deveria ser valorizado o património como uma construção colectiva do povo, produto da sua própria história, tradição e cultura, garantindo o acesso a todos.

Lá esteve o PCP na luta contra as portagens na A23 e A25, que limitaram a acessibilidade à maioria da população e às pequenas empresas, para favorecer o negócio ruinoso das PPP, ou na luta pela melhoria das acessibilidades como o IC6, IC7, IC37; Mas também na luta pela reabertura e melhoria da linha da Beira Baixa e pela reabertura da linha do Douro entre Pocinho e Barca Dalva, assim como pela melhoria de oferta de transportes rodoviários e de passes sociais acessíveis.

Na denúncia de que a criação da ULS de Saúde da Guarda EPE há doze anos, veio agudizar o subfinanciamento crónico e progressivo do SNS no nosso distrito, que a falta de pessoal é a regra e que vários serviços se debatem com dificuldades de substituição dos médicos que saem por aposentação. Que o financiamento per capita à ULS da Guarda é pouco mais de 500 euros, o que é insuficiente tendo o índice de envelhecimento dos mais elevados do País.

Camaradas,

Desde o último congresso recrutámos 22 novos militantes. Contactámos mais de 70 trabalhadores para aderirem ao Partido e estabelecemos como objectivo a criação de 4 novas células de empresa.

As organizações concelhias de Almeida, Guarda, Seia, VN Foz Côa realizaram as suas assembleias e realizámos a nossa IX Assembleia Regional  que afirmou a confiança dos comunistas de que é possível avançar e construir um País mais justo.