A Direção da Organização Regional da Guarda do Partido Comunista Português vem por este meio denunciar mais um passo na destruição da Linha do Douro, através da decisão da REFER em introduzir um Regime de Exploração Simplificado no troço Régua-Pocinho da Linha do Douro, noticiada na semana passada.
Este Regime de Exploração Simplificado mais não é do que um eufemismo para redução de postos de trabalho e consequente degradação do serviço prestado pela REFER às populações. A REFER, com o beneplácito do Governo, prossegue assim a política de destruição da Linha do Douro e linhas associadas (depois dos encerramentos do troço Pocinho-Barca d’Alva e das linhas do Sabor, Tâmega, Corgo e Tua).
Assim se dá cumprimento ao Pacto de Agressão entre as troikas estrangeira e nacional (PSD, PS e CDS) no sentido de encerrar de mais quilómetros de linha férrea. A decisão agora anunciada é mais um passo no desenvolvimento da política de vias de comunicação e transportes, iniciada pelo Governo PS e prosseguida agora pelo PSD/CDS. Esta política tem atingido o Distrito da Guarda em particular, com a introdução de portagens na A25 e A23, e o encerramento do troço Covilhã-Guarda da Linha da Beira Baixa.
Aos autarcas e à Entidade Regional de Turismo do Douro, que já manifestaram a sua preocupação quanto às intenções anunciadas pela REFER, a DORG do PCP recorda que são necessárias mais que palavras e sim acções reais de combate ao prosseguimento desta política de destruição.
Aparentemente estas entidades têm-se preocupado mais com o impacto que este pré-encerramento terá nos turistas que visitam a região, do que nas populações que representam. É um facto que o encerramento da Linha do Douro é um sério entrave para o desenvolvimento turístico da região, curiosamente (ou talvez não) no mesmo momento em que se anuncia um aumento de 8% de turistas fluviais para este ano.
Mas a Linha do Douro não é apenas uma infraestrutura turística, ela presta um imprescindível serviço às populações da região, cada vez mais envelhecidas e distantes dos serviços públicos de que carecem, por via da sua extinção e concentração (saúde, educação, correios, etc.). Por outro lado, esta linha continua a não ver fomentado o seu potencial ao nível dos transportes de mercadorias, para o qual a reabertura do troço Pocinho-Barca d’Alva, com consequente ligação internacional, seria elemento imprescindível.
Há muito que o PCP tem vindo a lutar contra esta política, quer junto das populações na região, quer institucionalmente apresentando propostas para a reabertura do troço Pocinho-Barca d’Alva, através dos seus deputados na Assembleia da República. Estas propostas têm merecido o voto contra de PSD, PS e CDS.
O PCP reafirma estar ao lado das populações afetadas, comprometendo-se a com elas colaborar no sentido de a inverter a situação criada.