A DORG do PCP reunida a 16 de Julho de 2011, avaliou a situação social e económica do Distrito e definiu algumas prioridades de intervenção política. Os ataques ao direito à Saúde, o desemprego no distrito, a linha da Beira Baixa, a privatização de Serviços no Parque Natural da Serra da Estrela e as portagens foram algumas das matérias discutidas e que estão incluidas no comunicado aqui reproduzido.
O Governo do PSD/CDS procurando apoiar-se no memorando da Troika assinado também pelo PS, pretende impor ao País e ao povo um conjunto de medidas que a serem concretizadas colocarão o país em recessão profunda e agravarão substancialmente as dificuldades dos trabalhadores, pensionistas, jovens gerações e da população em geral.
É inqualificável a ingerência e subserviência a que os nossos governantes sujeitam o nosso povo e a nossa soberania. O velho argumentário utilizado pelo novo Governo, coloca como soluções as velhas receitas do capital, procurando aumentar e potenciar a exploração dos trabalhadores e entregar ao capital sectores estratégicos essenciais para o desenvolvimento do país.
Entre as muitas medidas que PSD e CDS apresentam, o PCP denuncia e combate:
- O aumento da exploração de quem trabalha, com o aumento da precariedade e do desemprego, a facilitação e embaratecimento do despedimento, cortes nas prestações sociais, imposto sobre o subsídio de natal, taxando os rendimentos do trabalho e não do capital.
- Aumento do impostos, nomeadamente o IVA, com todas as consequências para o poder de compra das famílias, para o comércio e industria, com particular importância nas zonas raianas do Distrito em que concelhos como o Sabugal, Almeida e Figueira já enfrentam sérias dificuldades.
- Ataque aos serviços serviços públicos em que o Distrito tem inúmeros exemplos:
como o encerramento de extensões e postos de saúde em Seia, de supressão de serviços nos Centros de Saúde em Almeida e Meda, encerramento de postos de CTT, a criação dos Mega-agrupamentos e encerramento de escolas, entre outros que ao longo dos anos temos assistido, como da segurança social, das finanças, postos da GNR.
- Privatização de sectores estratégicos, como a TAP, a REN, a CP Carga, a EDP com os sucessivos e velhos argumentos da gordura do estado, sendo que na prática o que o Governo se prepara é para entregar ao capital nacional e/ou estrangeiro deliciosos bifes de lombo.
No Distrito a DORG do PCP está preocupada e irá intervir também nesta matéria das privatizações, questionando sobre a entrega a empresas privadas de refeitórios escolares, relativamente ao Parque Natural da Serra da Estrela, pois está em causa o serviço de vigilância, da limpeza e manutenção, preocupando-nos igualmente a própria gestão do território; assim como a água, bem essencial e que ataque após ataque, o Governo agora do PSD/CDS anuncia a intenção de dar a última machadada na privatização da água.
Ainda no Distrito o PCP procurará esclarecer como se encontra a “espada sobre a cabeça” do Parque Arqueológico do Côa. Ou seja mantemo-nos contra a criação da fundação e procuraremos questionar o Governo sobre esta matéria.
- Na área das acessibilidades a DORG do PCP questionará brevemente na AR, opondo-nos às seguintes ideias: introdução de portagens na A23, A25 e A24, o fim da ligação da linha da Beira Baixa entre a Guarda e a Covilhã, importante troço ferroviário e de alternativa à A23, da mesma forma que expressamos a nossa preocupação relativamente às notícias que têm vindo a público, relativas à supressão do troço Régua – Pocinho da linha do Douro.
Sobre esta matéria o PCP gostaria de recordar que muito recentemente, em plena campanha eleitoral não foi afirmado por nenhum candidato à AR pelo círculo eleitoral da Guarda o total apoio à introdução de portagens. Acrescentar ainda que sobre a linha da Beira Baixa o CDS, através da sua candidata foi muito claro na defesa da conclusão da Linha. O PCP questionará então o Governo PSD/CDS sobre estas matérias e estará no combate pela defesa da não introdução de portagens e na defesa dos troços ferroviários, por considerar matérias estruturais e fundamentais para o desenvolvimento do Distrito e o combate à interioridade tão falada pelo actual 1º Ministro e pelo Presidente da República.
O PCP considera que estas medidas continuarão a levar à destruição do aparelho produtivo, ao desemprego, à desertificação e ao abandono, como revelam os Censos recentemente divulgados. No Distrito continuamos a assistir aos anúncios de encerramentos, insolvências e despedimentos como recentemente da ARL Contruções.
A DORG do PCP coloca à população e aos trabalhadores do Distrito a necessidade de lutar por outro caminho verdadeiramente alternativo. Este caminho existe:
- Valorização dos salários e pensões, com o aumento imediato do Salário Mínimo Nacional para os 500 euros, como forma de dinamizar a economia.
- Renegociação da divida e defesa da soberania nacional.
- Defesa dos serviços públicos.
- Apoio à produção nacional e aos micro, pequenos e médios empresários.
- Potenciar as acessibilidades e o património no Distrito como fontes de desenvolvimento e não de rendimento.
Nesta linha a DORG do PCP apela à luta das populações e dos trabalhadores contra esta ofensiva, colocando que o tempo é de resistência e luta.
A DORG do PCP saúda a luta desenvolvida pela CGTP-IN na semana de 9 a 15 de Julho, a luta das populações de Seia, Meda e Almeida na defesa dos serviços de saúde, das populações e agentes económicos e produtivos contra a introdução de portagens, afirmando que podem contar com o PCP na intervenção na AR e restantes órgãos institucionais mas também no Distrito junto daqueles que lutam por uma vida melhor.