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A Comissão Concelhia da Guarda emitiu o seguinte comunicado relativo à reabertura da linha Beira Baixa.

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DEFESA DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO AO SERVIÇO DAS POPULAÇÕES, EXIGÊNCIA DE SERVIÇO DE PASSAGEIROS NAS LOCALIDADES DO BARRACÃO E BENESPERA

A Comissão Concelhia da Guarda do PCP alerta para as discriminações das populações do Barracão e Benespera no acesso ao serviço de passageiros após a reabertura no próximo mês de Maio, volvidos 12 anos de encerramento da linha da Beira Baixa entre a Guarda e a Covilhã.

As lutas travadas em vários domínios, inclusive com propostas apresentadas na Assembleia da República, mas também pela exigência dos eleitos autárquicos da CDU da reposição do transporte ferroviário, nomeadamente com o investimento da requalificação da linha da Beira Baixa e de todas as estações e apeadeiros no troço entre a Guarda e a Covilhã.

Relembramos a importância do Plano Nacional do Transporte Ferroviário, parte integrante do Plano Nacional de Transportes, com prioridade absoluta ao serviço público de transporte de passageiros; neste sentido, a reabertura do troço ferroviário deve servir como base estruturante para a mobilidade das populações da Beira Interior e aglutinar a ligação entre as capitais de distrito, com interligação a outros domínios de intervenção de serviços públicos, bem como alternativa à rede viária, quer pela via económica para os trabalhadores e populações, quer pela perspetiva ambiental no que concerne ao transporte de mercadorias, este assente em fortes empresas públicas.

Lançamos o desafio à CIM Beiras e Serra da Estrela, enquanto autoridade na componente de transportes, para que exija ao Estado Central, pela via das IP e da CP, um serviço de inter-regional que assegure a intermodalidade e complementaridade com os diversos modos de transporte, com adequados interfaces, terminais multimodais e rentabilização de espaços de estacionamento (Polis).

Não há alternativa que não seja a oferta pública às populações, nas localidades do Barracão e Benespera, do serviço de passageiros para assegurar o desenvolvimento da rede ferroviária nacional. Defender o Interior é defender transportes públicos de qualidade.

O transporte ferroviário é fundamental para um verdadeiro sistema de transportes, quer pelas suas características estruturantes para o sistema, quer pelo lugar estratégico que ocupa na vida económica do País, assegurando a circulação de mercadorias e bens e a mobilidade das populações, contribuindo com enormes benefícios para o ambiente e para o desenvolvimento sustentável ao nível local, regional e nacional.

O PCP reafirma que a degradação do transporte ferroviário é fruto de opções ideológicas com vista à privatização, tal como aconteceu na área de transporte de mercadorias; a nossa exigência, desde já, é com a reabertura da linha da Beira Baixa. Exigimos que esta esteja ao serviço dos trabalhadores e das populações da Beira Interior e não de interesses privados que inquinam o interesse público, tal como acontece com as PPP Rodoviárias.

Temos que combater a degradação do serviço ferroviário, bem batente com a realidade que todos conhecemos na linha da Beira Alta. Esta não pode ser desligada, apesar de toda a engenharia financeira, do desastroso impacto para o país do modelo das PPP (Parcerias Público-Privadas) e do modelo que fundiu as empresas públicas REFER e Estradas de Portugal nas Infraestruturas de Portugal.

O PCP reafirma a necessidade de dissolver os processos das PPP e de abandonar definitivamente um modelo que hipotecou o futuro do país para alimentar a gula de meia dúzia de grupos monopolistas.

PCP APELA À LUTA DAS POPULAÇÕES E AO REFORÇO DO PCP

Para o PCP o futuro de Portugal exige necessariamente uma rutura com a política de direita, também nos transportes, e o desenvolvimento de uma política patriótica e de esquerda que traga os valores de Abril para o futuro de Portugal. Só a luta dos trabalhadores e das populações e o reforço do PCP poderão tornar possível esse futuro. Mais uma vez, estamos ao lado das populações do Barracão e da Benespera revindicando o que é justo: que haja serviço de passageiros em todos os serviços a dispor, servindo as populações não apenas do Barracão e Benespera, mas também das freguesias limítrofes desde Gonçalo, Vela, Aldeia Nova, Ramela, Aldeia Ruiva, Panoias, Adão e toda o território próximo do Sabugal. É urgente “matar” a discriminação, desde já, com a reabertura e reposição do transporte ferroviário entre a Guarda e a Covilhã.

Guarda, 27 Abri de 2021