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REDE DE TEATROS E CINETEATROS PORTUGUESES
PRESIDENTE DA CÂMARA DA GUARDA CONDENA ESTRUTURAS CULTURAIS DO CONCELHO AO DESAPARECIMENTO
A Comissão Concelhia da Guarda do PCP considera preocupante e inaceitável a recusa do Presidente da Câmara da Guarda em assinar o contrato com a Direcção Geral das artes, no âmbito da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.
Este acto põe em causa a existência de estruturas culturais do Concelho e vai no sentido de substituir uma política de promoção e apoio às artes, por uma política de organização de eventos sustentada pela ideia de que a “cultura” tem que fazer dinheiro em detrimento de uma ideia de que a cultura é componente essencial ao desenvolvimento humano, elemento que convoca a reflexão, o pensamento, o conhecimento, a participação, a busca do belo, a realização e a libertação do Homem.
PCP REJEITA HOMOGENEIZAÇÃO E MERCANTILIZAÇÃO DA CULTURA
O PCP rejeita objectivos de homogeneização cultural presente nas declarações do Presidente da Câmara. Ao afirmar que é necessário “apostar cada vez mais num tipo de programação que a população da Guarda pretende para podermos almejar aumentar o número de espectadores do nosso teatro municipal", desvaloriza a população do concelho e escolhe olhar para cultura na lógica do mercado, sacrificando qualidade, a criatividade, a originalidade, a presença de outras leituras da vida e do mundo.
MERCANTILIZAÇÃO = INSTABILIDADE + PRECARIDADE
É a lógica por detrás deste pensamento que tem criado o panorama em que se cria e trabalha na Cultura no nosso País. Em que se procurou aceitar como normal o trabalho gratuito em diversos sectores, em que se banalizou a precariedade, a instabilidade e a incerteza, chamando-lhe intermitência, em que se coloca aos artistas e trabalhadores da Cultura escolher entre ter trabalho e salário.
CULTURA É DEMOCRACIA
Para o PCP a cultura é uma componente indispensável à democracia política, porque só com um povo culto se pode elevar a participação política de forma livre. É por isso, que o PCP no projeto político do PCP não se defende apenas a democracia política, mas também a democracia económica, social e cultural. A democracia económica, porque só dessa forma se pode um país desenvolver, a democracia social, porque ela potencia e estimula a participação na vida social dos trabalhadores e do povo; e a democracia cultural, porque a cultura é componente decisiva para a soberania e independência nacionais, na medida em que, enraizada no trabalho, na vivência, na história do povo e do País as desenvolve e promove, recusa submissões, dependências e dominações, antes se afirma aberta, enriquecedora e enriquecida na e pela partilha com as culturas dos outros povos.
A população e os agentes culturais da Guarda podem contar com o apoio do PCP na sua luta em defesa do direito à fruição e criação cultural.
Guarda dia 22 de Dezembro de 2022- A COMISSÃO CONCELHIA DA GUARDA DO PCP