A Comissão Concelhia de seia do PCP emitiu o seguinte comunicado:
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PCP NA DEFESA DO DIREITO À SAÚDE
SEMPRE AO LADO DAS POPULAÇÕES
A Comissão Concelhia de Seia do PCP, mais uma vez, vem desta forma tomar posição sobre o estado dos serviços públicos de saúde no Concelho de Seia.
O fecho e deslocalização de unidades de cuidados de saúde nas freguesias e anexas, Alvoco da Serra, Girabolhos, Lages, Sameice, Santa Eulália, Santa Marinha, Sazes da Beira, Teixeira, Travancinha, Valezim e Vila Verde, medida adoptada pelo governo anterior PSD\CDS, em Junho de 2011, originaram um aumento muito significativo do número de utentes nas restantes unidades de saúde pondo em causa a prestação de cuidados de saúde.
Como se isso não fosse já preocupante, juntam-se, ainda, o corte nos transportes de doentes não urgentes, a falta de médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar e motoristas e, também, a falta de viaturas necessárias à deslocação dos profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros, no âmbito da UCC – Unidade Cuidados na Comunidade e da USCSP – Unidade de Saúde de Cuidados Personalizados.
Como temos vindo a afirmar e a realidade comprova, a redução ou encerramento de unidades de saúde coloca em causa o acesso das populações aos mais elementares cuidados de saúde, sendo, como sempre, os utentes os principais prejudicados nomeadamente os mais desfavorecidos.
Há relatos de utentes que não conseguem consultas já que não existem médicos de recurso ou que são insuficientes para colmatar a ausência de médico de família para todos os utentes.
As informações de que dispomos são extramente graves e preocupantes:
- O número de médicos afectos ao Centro de Saúde de Seia e suas extensões, presentemente, é de 11 médicos;
- Destes, 3 estão ausentes por atestados médicos ou licença sem vencimento;
- O número de utentes inscritos é de 25 577;
- O número de utentes com médico de família é de 20 873.
Pelo que atrás fica exposto, é fácil chegar à conclusão de que existem cerca de 4 700 utentes sem médico de família e que o número de utentes por médico é, manifestamente, muito elevado.
É urgente defender o SNS – Serviço Nacional de Saúde de forma a responder às necessidades do Concelho, quer nos cuidados de saúde primários quer nos cuidados diferenciados, tendo em conta o elevado índice de envelhecimento da população, a prevalência de doenças crónicas e as características geográficas (extensão, dispersão e acessibilidades) e sociais do concelho.
A situação do país, fruto do resultado das eleições de 2015, tem elementos que se valorizam, inseparáveis da contribuição decisiva do PCP, da luta dos trabalhadores e do povo que dão novos passos no sentido da defesa, reposição e conquista de direitos, ainda assim, insuficientes.
Fecham-se escolas porque têm poucos alunos, fecham-se centros de saúde porque são poucos os doentes que as utilizam. É a consagração da tese “se não existir nada, então justifica-se que nada exista”.
Numa altura em que se fala tanto do combate à desertificação e às assimetrias regionais, quer pelo governo quer pelo Presidente da República, é de uma profunda hipocrisia constatarmos que, na esmagadora maioria dos casos, o encerramento de serviços públicos é o principal factor para o abandono e perda de população no interior do país e que se continua a insistir nas mesmas políticas que nos trouxeram até aqui.
Neste sentido, as populações afectadas e os trabalhadores do sector da saúde terão de mobilizar-se e reivindicar a reconquista dos direitos perdidos numa função social do Estado fundamental, a Saúde, que está consagrada na Constituição da República Portuguesa.
O PCP, através do seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República, procuram também intervir, mais uma vez, na defesa dos interesses das populações e dos profissionais de saúde.
Fomos a única força política que interveio desde sempre para travar esta injustiça, cuja luta deu alguns resultados, das quais destacamos a realização das obras de requalificação da extensão de Saúde de São Romão e o não esvaziamento ou supressão de valências no Hospital de Seia.
O PCP apela à população e aos trabalhadores da saúde a lutar pela defesa do direito à saúde, a combater o esvaziamento de serviços e valências e manifesta o seu compromisso para com as populações de continuar a lutar por todas as formas que nos sejam possíveis para travar este rumo.
A Comissão Concelhia de Seia do PCP
25.06.2018