A DORG do PCP realizou uma acção junto dos utentes do transporte ferroviário com a distribuição de um comunicado que aqui transcrevemos. Esta acção teve como objectivo denunciar o abandono das obras de requalificação da Linha entre a Guarda e Castelo Branco, tendo como último exemplo desta realidade o fim dos transportes rodoviários alternativos. O PCP através do seu Grupo Parlamentar na AR apresentou uma iniciativa legislativa sobre esta matéria.
O FIM DOS TRANSPORTES ALTERNATIVOS É MAIS UM PASSO PARA ACABAR COM A LINHA
AS POPULAÇÕES TÊM DIREITO À MOBILIDADE E AOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE TRANSPORTES
Com uma extensão de 239,4 Km, a linha da beira baixa constitui um importante troço e possibilitou a aproximação das populações e avanços ao nível do desenvolvimento do país.
Segundo a REFER “o projeto de modernização da linha da beira baixa tem como objetivos fundamentais a redução dos tempos de percurso e dos custos de exploração e de manutenção, a melhoria das acessibilidades às estações e o aumento da segurança ferroviária, permitindo, simultaneamente, constituir este eixo como um itinerário alternativo à Linha da Beira Alta, designadamente, para o tráfego internacional de mercadorias”.
O que é facto é que por opções de PS, PSD e CDS, desde Fevereiro de 2009, que o troço entre a Guarda e a Covilhã se encontra encerrado. Troço onde já foram investidos mais de 7 milhões de euros, nomeadamente na requalificação das estações e no reforço da estrutura de túneis e de pontes.
O encerramento definitivo do troço entre a Guarda e a Covilhã degrada as acessibilidades e
mobilidade das populações, numa região onde é particamente inexistente uma rede de transportes públicos, contribui para o maior isolamento das populações e de muitas localidades, a somar aos encerramentos de serviços públicos de escolas, extensões de saúde ou postos dos CTT e prejudica o desenvolvimento económico do Distrito da Guarda.
Esta medida significaria um retrocesso de quase 120 anos e levaria a mais despedimentos na CP e na REFER. A falta de resposta do Governo quanto ao futuro da linha da beira baixa, é uma opção política do Governo na destruição da rede ferroviária nacional.
Com a Troika o Governo PSD/CDS-PP assumiu um plano estratégico de transportes, que visa a
degradação dos transportes públicos, o encerramento de centenas de quilómetros de ferrovia e a entrega a privados. O que verdadeiramente move o Governo não é a salvaguarda da mobilidade das populações nem dos interesses do país, mas sim a redução dos transportes públicos e o aumento dos preços. Exemplo flagrante é o anuncio do fim dos transportes alternativos entre a Guarda e a Covilhã, mais um passo para a destruição da linha e para a mobilidade das populações.