DORG do PCP solidária com os trabalhadores do Parque Arqueológico do Vale do Côa que se manifestaram no dia 1 de Março último em frente ao Museu do Côa, de forma a desta maneira denunciarem publicamente a sua indignação relativamente à sua situação laboral.
Na verdade, e ao arrepio do disposto no diploma da criação da Fundação Côa Parque, que garantia aos trabalhadores a manutenção do vínculo público (algo conseguido graças à sua luta), os trabalhadores estão colocados num limbo jurídico, não sendo considerados pelo IGESPAR, IP como seus funcionários. No seguimento desta atitude, esta entidade deixou de processar os vencimentos dos seus trabalhadores sem qualquer justificação ou comunicação prévia. O valor correspondente aos dois vencimentos em falta foi até agora adiantado pela Fundação Côa Parque, o que os trabalhadores classificam como um empréstimo sem fundamento legal, pois não celebraram com a mesma Fundação qualquer contrato de trabalho. Acresce ainda que estão pendentes os respectivos descontos legais, nomeadamente com a ADSE, Caixa Geral de Aposentações e Segurança Social, que continuam sem ser pagos desde 1 de Janeiro passado.
Consideram os trabalhadores desta instituição encontrarem-se perante uma verdadeira ilegalidade que denota uma total falta de respeito por parte do IGESPAR, IP e da Secretaria de Estado da Cultura. O já longo processo de alienação por parte do Estado das suas obrigações constitucionais relativamente ao Património e ao acesso democrático à Cultura no Vale do Côa tem merecido a denúncia e o combate dos comunistas em todas as suas frentes de luta, desde o local de trabalho, até à Assembleia da República, passando ainda pelo Parlamento europeu.
Não desarmam, contudo estes “verdadeiros heróis” (declarações do Presidente do Conselho de Administração da Fundação Côa Parque à Visão, 09/02/2012), porque sabem que se quem luta nem sempre ganha, quem não luta perde sempre.