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A DORG do PCP reunida a 1 de Junho de 2014 analisou os resultados das eleições para o Parlamento Europeu, os aspectos mais relevantes da situação económica e social do País e do Distrito e fixou as principais linhas de trabalho do Partido, nomeadamente quanto à iniciativa política.

As eleições para o Parlamento Europeu de 25 de Maio confirmaram no plano eleitoral um importante resultado da CDU e o isolamento político e social do Governo PSD/CDS-PP.

O aumento da expressão e influência eleitorais da CDU – passando de 10.7% para 12,7%, do número de votos - com mais 35 mil e atingindo os 415 mil votos, e o aumento do número de mandatos com a eleição do terceiro deputado, constitui um dos mais significativos êxitos eleitorais da CDU para o Parlamento Europeu.

O resultado agora obtido pela CDU, confirmando o avanço em sucessivos actos eleitorais, constituiu uma contribuição da CDU pelo esclarecimento e mobilização, para a pesada derrota que os partidos do Governo, PSD e CDS, sofreram nestas eleições traduzida na sua mais baixa votação de sempre em qualquer eleição (27,7%).

Estas eleições traduzem igualmente a condenação da política das troikas. Uma condenação atestada pela redução da expressão eleitoral dos três partidos – PS, PSD e CDS – que, no seu conjunto, viram a sua votação reduzir-se, passando de 66 %, em 2009, para 59,1%, perdendo mais de 400 mil votos e no Distrito perdendo 5,2% da massa eleitoral.

 

A CDU no Distrito consolida a sua votação num quadro de menos 8665 votantes. O aumento de votos verificou-se em freguesias importantes como Guarda, Seia/S. Romão, Trancoso, Almeida, Aguiar da Beira, com aumentos significativos quer em votos, quer em percentagem nas duas maiores cidades (Guarda e Seia).

No quadro de uma perda significativa da votação do Bloco de Esquerda (que passa de 10,7 para 4,5% no país e perde 68,1% da sua massa eleitoral no distrito, menos 3406 votos com a redução de dois deputados), a DORG do PCP assinala ainda que o resultado obtido por Marinho e Pinto em nome do MPT é inseparável da dimensão de concepções populistas na sociedade portuguesa e da promoção que lhe foi dedicada por alguma comunicação social, que muitas vezes branqueou o que é o seu apoio, no essencial, às políticas que trouxeram o país à situação actual.

A elevada abstenção no pais e no distrito (superior a 67%), próxima da registada em anteriores eleições, não pode ser separada daquilo que para muitos é um sinal de desistência perante as tremendas dificuldades impostas pela política de direita ou de descrença radicada na frustração de votos dados a quem ao arrepio das falsas promessas os usou para comprometer as suas condições de vida. Com a autoridade de quem combateu de facto esses sentimentos, o PCP deixa uma palavra de esperança a todos quantos acreditam e devem continuar a acreditar que está na sua vontade e determinação a possibilidade de vencer as dificuldades presentes.

Os resultados obtidos permitem, com a voz da CDU reforçada no Parlamento Europeu, dar mais força à defesa dos interesses do povo e do País, contra as imposições do grande capital, do Euro e da União Europeia, bem como à exigência da indispensável ruptura com a política de direita e com a acção deste governo do PSD/CDS-PP.

No plano económico e social avolumam-se e crescem as enormes dificuldades dos trabalhadores e das populações no Distrito, por via da exploração e ataque desferido pelas politicas das troicas com o mais recente instrumento – O Documento de Estratégia Orçamental. O ataque aos salários, pensões e reformas, aos serviços públicos e à segurança social são alguns dos aspectos que merecem toda a oposição. No distrito o ataque aos serviços públicos ganha uma nova escalada, com encerramento de tribunais, ctt, finanças, entre outras perdas de valências e serviços, nomeadamente por via do objectivo de encerramento das escolas do 1º ciclo com menos de 21 alunos, o que se traduziria em mais um duro ataque ao ensino público, às populações e às próprias aldeias e território. Outra das medidas para a qual a DORG alerta prende-se com a nova portaria da saúde (82/2014), esta insere-se na lógica da destruição do SNS, criando espaço aos privados, pelo que urge ser combatida já que põe em causa um conjunto de valências existentes no distrito, nomeadamente a maternidade, a neonatologia e outros serviços de proximidade; o caminho é o do combate às opções políticas de destruição das funções sociais do estado, em particular contra cada vez maior afastamento do Serviço Nacional de Saúde das populações do Distrito.

A DORG do PCP considera que só a luta pode travar e inverter este caminho de retrocesso, e apela às populações para a luta contra este ataque aos serviços públicos e aos trabalhadores contra os seus direitos. A DORG do PCP saúda e solidariza-se com as lutas desenvolvidas nos últimos meses, em particular neste mês de Maio, com as acções do 1º de Maio, a luta dos trabalhadores da DURA alcançando um importante aumento salarial, a greve na TRANSDEV que no passado dia 15 obtiveram uma elevada expressão na defesa dos seus direitos e no passado dia 28 de Maio a acção de luta de enfermeiros, assistentes operacionais da ULS Guarda e outros trabalhadores representados pelos seus sindicatos na defesa dos postos de trabalho nos diversos serviços públicos, assim como a exigência que todos os trabalhadores que cumpram funções permanentes tenham direito a contrato permanente.

A DORG do PCP discutiu igualmente um conjunto de medidas para levar a cabo a campanha de reforço orgânico do Partido no Distrito, a continuação das acções do 40º aniversário da Revolução de Abril e as principais linhas de trabalho para a divulgação, construção e afirmação da 38ª Festa do Avante! nos dias 5,6 e 7 de Setembro.

Guarda, 1 de Junho de 2014

DORG do PCP