NOTA DAS DIRECÇÕES DAS ORGANIZAÇÕES REGIONAIS DE AVEIRO, COIMBRA, GUARDA E VISEU DO PCP REABERTURA URGENTE DA LINHA DA BEIRA ALTA! O troço Pampilhosa-Guarda da Linha da Beira Alta foi encerrado para obras em Abril de 2022, com a promessa de reabertura em Janeiro de 2023. Estes prazos não foram cumpridos e notícias apontam para derrapagem de mais de 10 meses, chegando mesmo a apontar para que as obras decorram ainda no ano de 2024. As populações têm na memória o que aconteceu com o troço Covilhã- Guarda da Linha da Beira Baixa, que esteve encerrado durante 12 anos. Esta situação não pode voltar a repetir-se na Linha da Beira Alta! Tal como o PCP alertou antes do início das obras, é notória uma estratégia de arrastamento no tempo dos investimentos, como nova forma dissimulada de cativações. Estratégia que, cruzada com a menor capacidade das estruturas públicas de planeamento do transporte ferroviário, não pode ser desligada destes atrasos, com prejuízo dos distritos e do país. O PCP mais uma vez sublinha que, nos anos 90, esta mesma linha foi electrificada e teve uma intervenção na sinalização, sem ser necessário o seu encerramento, aproveitando o período nocturno a fim de não prejudicar o tráfego. O PCP sempre afirmou que a degradação do transporte ferroviário é fruto de opções ideológicas com vista à privatização, tal como aconteceu na área de transporte de mercadorias. É necessário combater a degradação do serviço ferroviário, bem patente na realidade que todos conhecemos desde de há anos na linha da Beira Alta. Basta verificar que o troço da Guarda a Vilar Formoso foi urgentemente requalificado para servir os interesses privados de mercadorias, esquecendo-se as populações locais. A melhoria de serviço ferroviário de passageiros deveria ser iniciada, desde já, no troço Guarda – Vilar Formoso com horários compatíveis com as necessidades dos trabalhadores e população.
O desenvolvimento do país não pode estar condicionado às estratégias de engenharia financeira dos modelos das PPP (Parcerias Público-Privadas) e do modelo que fundiu as empresas públicas REFER e Estradas de Portugal nas Infraestruturas de Portugal. O PCP reafirma a necessidade de dissolver os processos das PPP e de abandonar definitivamente um modelo que hipotecou o futuro do país para alimentar a gula de meia dúzia de grupos monopolistas. Por outro lado, continua a faltar uma articulação no eixo ferroviário Beira Alta/Beira Baixa, assim como uma ligação ferroviária à Plataforma Logística da Guarda, aproveitando a confluência das Linhas das Beiras (Alta e Baixa), e até uma ligação internacional pela via de Vilar Formoso, assim como a construção de via dupla entre Alfarelos e Figueira da Foz incluindo a renovação da ponte de Lares, permitindo um percurso mais rápido quer nos comboios de passageiros quer nos de mercadorias. São ainda necessárias medidas que potenciem e articulem o transporte ferroviário com outros transportes públicos, o que exigiria um plano de investimentos ao nível do transporte ferroviário assim como medidas, em articulação com as autoridades de transporte, visando o aumento da oferta rodoviária, a redução dos preços dos passes sociais e a reposição de transportes retirados, garantindo desta forma o direito à mobilidade das populações. O PCP vai continuar a bater-se por medidas imediatas que garantam transportes alternativos às populações afectadas, desde logo que garantam condições técnicas para o transporte de cadeiras de rodas e bicicletas, mas também pelo reforço da rede ferroviária, através da conclusão de troços já iniciados, do investimento na modernização e electrificação de linhas ferroviárias, na reabilitação de troços e em novas linhas, quer para transporte de passageiros, quer de mercadorias, com garantia de gestão e exploração públicas assegurando horários e frequências compatíveis com uma utilização diária e a ligação entre várias localidades por elas atravessadas. As Direcções das Organizações Regionais de Aveiro, Coimbra, Guarda e Viseu do PCP