Políticas erradas condicionam a resposta da ULS da Guarda às populações
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Hospital Sousa Martins (ULS Guarda): opções políticas erradas e falta de organização condicionam a resposta pública imprescindível às populações do distrito da Guarda
A resposta desta unidade de saúde tem vindo a degradar-se nos últimos anos. A falta de investimento no SNS e a aposta errada na contratação de prestadores de serviço, sem vínculo à instituição pública de saúde, fruto de opções dos sucessivos governos PSD/CDS e PS conduziram a graves carências que têm afetado sobretudo as populações mais idosas e os mais desfavorecidos.
Sem medidas urgentes, a extinção de muitos serviços será o resultado previsível. Temos que lutar contra o definhamento do SNS no distrito da Guarda.
Nos últimos dias somos confrontados com alterações às Escalas de trabalho, inclusivamente com atropelos aos direitos dos trabalhadores. Neste momento a esmagadora maioria dos médicos de cirurgia, medicina, anestesiologia recusa trabalho extraordinário uma vez que já ultrapassaram as 150 horas consagradas na carreira médica. O PCP sempre afirmou que há um número insuficiente de médicos nos diversos serviços públicos, no entanto, as propostas do PCP foram sucessivamente sendo rejeitadas, não apenas pelo PS e pelo PSD, mas também pelo Chega, IL e CDS. A cegueira ideológica aliada ao favorecimento do negócio privado da doença são responsáveis pelo definhamento da saúde pública no Interior e em particular nos serviços do HSM, e colocam diversos serviços em risco de desaparecer:
- Cardiologia – Cobre apenas dois dias por semana na escala de urgência;
- Cirurgia – Com apenas 8 médicos (alguns com idade próxima à reforma e 1 já a atingiu) começa a ser incomportável manter escala de 3 elementos;
- Dermatologia - Não há urgência. 2 médicos (um deles com idade para a reforma);
- Medicina Interna - Possui mais médicos, acabaram duas especialistas e aguardam vaga e mais duas proximamente vão terminar a especialidade, quase todos colocaram a escusa na realização de mais que as 150 h/ano de trabalho extraordinário;
- Oftalmologia - não faz urgência, não opera, só faz consultas;
- Ortopedia - 4 médicos (3 deles em idades próximas da reforma e 1 já a atingiu), sobrevive à custa de prestadores, mas com muitos dias sem cobrir a escala de urgência;
- ORL - cobre um dia por semana na escala de urgência;
- Obstetrícia - 5 médicos, alguns já em idades próximas à reforma;
Com a requalificação do Pavilhão 5 para instalação do departamento da Mulher e da Criança é fundamental o reforço da equipa da Obstetrícia(enfermeiros ESMO e Obstetras) para que não ocorra o encerramento da Maternidade pela falta de profissionais de saúde, tal como aconteceu com a equipa da Pediatria há uns anos largos atrás esteve quase a fechar.
O PCP enaltece o caminho trilhado na Pediatria que levou ao reforço de recursos humanos médicos e também de enfermagem. Alertamos, no entanto, para a importância de reforçar o número de especialistas de enfermagem na área da saúde infantil e pediátrica, pela sua importância na área da neonatologia.
A ULS da Guarda dispõe de equipamentos na área da Gastrenterologia, com enfermeiros diferenciados no exercício desta área, no entanto, hoje não há qualquer gastroenterologista. Recordamos que este serviço chegou a ter dois médicos permanentes no mapa de pessoal e um prestador de serviços. O caminho do serviço de Gastroenterologia foi o caminho de outras especialidades que já há muitos anos deixaram de existir.
O PCP sempre considerou que a intervenção interdisciplinar é fundamental para o bom funcionamento dos serviços. É fundamental criar as condições para recrutar e fixar profissionais no SNS sejam médicos, enfermeiros, TSDT, TSS, Assistentes Técnicos ou Assistentes Operacionais.
O PCP desde sempre tem alertado para a importância de reforço de meios e sobretudo de recursos humanos no Interior. O PCP apresentou sistematicamente propostas para fixar recursos formados no ensino superior público no SNS, nomeadamente no ensino pós graduado. São urgentes medidas que fixem os profissionais formados na Faculdade das Ciências da Saúde/UBI, é necessário avançar com a exclusividade de funções de todos os profissionais de saúde ao SNS para inverter a situação do Hospital Sousa Martins (HSM) – ULS Guarda.
No âmbito do OE 2024 o PCP apresentou propostas que visam travar a sangria de recursos humanos para o privado e a justa e necessária valorização dos salários com o aumento mínimo de 15% e 150 euros.
Só se conseguirá fixar profissionais com a justa valorização salarial, e não com acréscimos remuneratórios que mais não são que o caminho para a empresarialização das estruturas publicas do SNS. O PCP continua a defender o necessário e urgente investimento público para a requalificação do Pavilhão 1.
O PCP apoia a luta das populações e dos trabalhadores na defesa do SNS, estará solidário e presente na tribuna pública com o lema “ Serviço Nacional de Saúde é de todos e para todos’ a realizar pela USG/CGTP-IN e com o apoio dos seus sindicatos e movimentos de utentes, no próximo dia 24 de Novembro de 2023 pelas 16 horas.
Viva o Serviço Nacional de Saúde! Uma conquista de Abril!
Guarda, 20 de Novembro de 2023
A DORG do PCP
Jornadas de trabalho dos deputados do Parlmento Europeu
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Nota da DORG do PCP sobre as Jornadas dos deputados do PCP no Parlamento Europeu no distrito da Guarda
De 25 a 27 de Outubro decorreram as jornadas dos deputados do Parlamento Europeu no distrito da Guarda. As jornadas privilegiaram o contacto directo com trabalhadores e populações, com os pequenos e médios produtores e empresas, com utentes de saúde e de outros serviços públicos.
Os contactos foram confirmando as preocupações e propostas do PCP:
Na MB2 - Manufacture, assim como na Ara Shoes, assinalaram-se os baixos salários, marcados pelo Salário Mínimo Nacional, e as dificuldades que sentem para fazer chegar o salário até ao fim do mês. À porta das empresas Lusolã , em Seia, ou da Mey Têxtil, em Celorico, o valor do subsídio de alimentação (2,50€) é motivo de indignação dos trabalhadores. Na empresa COFICAB, na Guarda, apesar de os salários serem ligeiramente acima do salário mínimo, não deixam de ser curtos face ao aumento do custo de vida. À porta da empresa Sodecia, na Guarda, como do Centro de Contacto da EDP, em Seia, os trabalhadores deram conta de como os contratos temporários alimentam a dúvida e a incerteza quanto aos dias futuros, reforçando a necessidade de converter postos permanentes de trabalho em contratos de trabalho permanentes. Nos estaleiros das Câmaras Municipais da Guarda e de Gouveia, principal questão prende-se com o SIADAP e a pressão negativa que tem na valorização dos salários e das carreiras, colocam a necessidade da revogação desse mecanismo.
Nos centros comerciais e grandes superfícies, perante a pergunta: “e fechar aos domingos?” os trabalhadores invariavelmente exclamavam “isso é que era!”. À porta, com os clientes, foi possível abordar como os lucros, por conta dos aproveitamentos e da especulação, contribuem para o esbulho à população e afirmar que é preciso tributar significativamente os lucros dos grandes grupos económicos.
Em contactos com pequenos comerciantes em Celorico da Beira, na Guarda ou no Sabugal, a necessidade de aumentar salários e pensões de forma a recuperar o poder de compra foi identificada como fundamental para poder revitalizar o pequeno comércio.
Nos mercados da Guarda, de Seia ou do Sabugal as conversas invariavelmente abordavam a necessidade de valorizar os apoios aos pequenos e médios produtores, valorizar os preços pagos à produção, tomar medidas concretas para valorizar os mercados e feiras, face à proliferação desenfreada de grandes superfícies comerciais.
Em Malta, Pinhel, Sandra Pereira, deputada do PCP no Parlamento Europeu, encontrou-se com agricultores que falaram das dificuldades que enfrentam. O custo elevado dos factores de produção, o esmagamento dos preços pela grande distribuição, os seguros caros com pouca cobertura e a falta de apoios foram alguns dos problemas relatados.
Em Foz Côa, João Pimenta Lopes, ouviu os produtores da Adega Cooperativa de Freixo Numão sobre a necessidade de reconstituição da Casa do Douro para garantir o escoamento da produção, assim como a necessidade de apoios aos pequenos produtores, que deviam ser pagos à produção e não por hectare.
À porta do Hospital Sousa Martins ou do Centro de Saúde do Sabugal foi possível encontrar exemplos da urgência em mobilizar recursos para pôr termo ao desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde, para valorizar os profissionais de saúde, as carreiras, aumentar salários. Há que garantir uma resposta adequada às necessidades das populações sem as empurrar para o negócio da doença que leva 40% do orçamento de estado para a saúde direitinho para os bolsos dos privados.
Em contacto com jovens foi possível reafirmar que, com outra política, é possível responder às dificuldades de alojamento dos estudantes do IPG, cada vez mais caro, ao valor das propinas, a insuficiente acção social escolar, assim como reafirmar junto dos utentes da linha da Beira Alta, que têm visto o processo de requalificação arrastar-se, é possível mobilizar recursos para dinamizar as imensas potencialidades de desenvolvimento do distrito, contrariando as consequências de uma interioridade que lhe querem impor.
Durante as jornadas os deputados e os militantes do PCP afirmaram, com toda a confiança, que não são inevitáveis as políticas que têm relegado o país e a região ao empobrecimento, que empurram os beirões para fora da sua terra, que generalizam os salários e pensões de miséria, que encerram respostas de proximidade na saúde, que encerram escolas, que degradam vias de comunicação agravadas por transportes públicos que não servem as necessidades de deslocação das populações e que impondo o transporte individual as penaliza com portagens, as crescentes dificuldades aos pequenos empresários e comerciantes, a falta de apoio e baixo rendimento dos pequenos produtores.
A Direcção da Organização Regional da Guarda do PCP
Reforçar o SNS
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Realiza-se, no próximo dia 27 de Outubro, pelas 18 horas, no Jardim José de Lemos (Guarda), uma tribuna pública sobre o tema "Reforçar o SNS".
A iniciativa integra-se nas Jornadas de Trabalho dos Deputados do PCP no Parlamento Europeu, a decorrer, entre os dias 25 e 27 de Outubro, por todo o distrito da Guarda.
Melhores vias de comunicação e transportes públicos
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No próximo dia 25 de Outubro, pelas 18h30 irá realizar-se uma tribuna pública no Largo de Santo António, em São Romão, subordinada ao tema "Melhores vias de comunicação e transportes públicos".
Esta iniciativa integra-se nas Jornadas de Trabalho dos Deputados do PCP no Parlamento Europeu, que decorrem por todo o distrito da Guarda entre os dias 25 e 27 de Outubro.
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